Arpoador

Arpoador

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Extravasação sertaneja


Quando eu to puto eu xingo todo mundo,
Quebro cadeira mesa e geladeira
Quero brigar com o portão
Brigar com o caixa
Que não tem nem coração
Lamuriar é minha oração
minha opção
Mas eu não faço isso não
Pois se assim eu me comportar
Vou apenas me aperrear
e não vou resolver nada não
prefiro de verdade
Esquecer essas banalidades
Que fazem mal ao coração
Coloco uma rosca no buraco
Pinto de Cal a parede
e limpo meu coração
Faço valer as verdades
Jogo fora tudo que há de ruim
Mas se eu tiver que
Conviver com tais coisas ruins,
eu prefiro resolver
a ter que lamentar
Boto de fora os botões
Arreio a peixeira na mesa
e faço a conversa brotar,
Dou meia horinha para que
Tudo se tenha esclarecido,
Coloco um ponto final
e sigo minha vida tranqüilo.
Por um segundo, pensei estar só, mas quando me dei conta, estava pensando isso comigo mesmo e pensando eu falava comigo; Dei-me conta então que não há como se estar só se você tem a si mesmo; nada como a solidão dos mares e das cascatas, das florestas e das geleiras, não é, e nem chega perto do sentimento que me bate agora ao conversar comigo mesmo; e como diz um velho safado, “existe coisas muito piores do que se estar só”, nem os mares e as cascatas conseguem ficar só, pois existe sempre algum espectador, ali, a contemplar. Daqui a pouco ao acordar, vou abrir os olhos, me levantar, vou comer, tomar banho e trabalhar, vou estar com pessoas e dialogar com elas, mas vou continuar tendo a mim mesmo como melhor resposta; Talvez isso aconteça comigo por que já passei vários dias sem falar com ninguém, só comigo, gosto de falar pouco, mas comigo me abro, me questiono, me descubro e me desperto; Eu sou eu perdido em fluidos  pensamentos; pensamentos soltos separam-se de mim, me possuem como sendo meus, mas são do meu Eu de dentro, e eu não posso ser culpado; mas quando me vejo, já sou quem eu nunca pensei em ser, porque em minhas conversas comigo desfaço e faço novos Eu’s; não sou imutável e nunca quis assim ser, quero mudança, gosto de transformação, preciso das pessoas para que essas mudanças ocorram, sou errante e quero errar até me encontrar, sou passado querendo conhecer o futuro, sou alma penada procurando a paz, sou deserto sem fim, sou a gota d’água, a gota serena, o pé sem cabeça, sou mais um cara. Eu quero voar, até as nuvens, viajar; conversando comigo posso me aventurar, posso enlouquecer de falar coisas que para os outros seriam absurdas, mas que comigo posso exagerar; Preencho meu vazio escrevendo canções ardentes, descrevendo paisagens ou sorrisos dos outros, mas nada me satisfaz mais do que está aqui comigo. É bom estar só, mas espero que alguém possa vir escrever comigo, pensamentos soltos, visões de labirintos e de estradas sem fim.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Canção perdida



O mundo inteiro pode acabar que eu não vou ligar
Podem me chamar de egoísta, mas eu já amei tudo que eu tinha de amar
Posso ser louco, lunático outra coisa sei lá
Pois eu te amo amo amo e não tenho medo de te falar
Posso ser sentimental idiota babaca outra coisa foda-se
Você não sabe o que quer e eu não tenho medo de ser feliz

Então, vá pra casa, e pense no que você faz pra ser feliz
Senão, vá pra longe, e descubra se eu ainda estou vivendo ai

Eu quero ser quem você é porque eu gosto tudo em você
Mas eu não vou estranhar se você me odiar
Posso até me enganar mas eu não vou me arriscar
Prefiro ser quem eu sou e te ganhar com meu rock roll
Estou muito feliz por ter conseguido viver sem ti