Arpoador

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domingo, 12 de setembro de 2010

Um barato perdido na imensidão do universo sem fim

Eu não sei
O que será do meu amanhã
Do depois do amanhã
Os ventos já não me dizem
E eu,
Não procuro mais resposta
Não sei se fico,
Ou se vou
Sei que sou produtivo
A improdutividade não me pegou
Sou grato pelas experiências que vivi
E penso nelas todos os dias
Sinto um barato perdido na imensidão do universo sem fim
As lembranças me perseguem
Acompanham-me
Não consigo
E nem quero esquecer-me de nada
Mesmo que as lembranças
Sejam como um castigo
Que eu tenho que provar todos os dias.
E assim recordo-me
Das doses que tomei

Tomei uma
Duas
Três doses
Tomei muitas doses
Passei dois anos
Tomando doses incontroláveis
De um veneno
Que um dia ia se acabar
E assim me deixar louco
Neurótico, faminto
Por doses que eu já não iria mais encontrar
Mas que ficará
Mnemonicamente guardado
Em meu paladar apurado
À espera de uma nova chance
De novamente poder provar.

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